quinta-feira, 21 de junho de 2007

2° dia: Lages/SC - Caxias do Sul/RS



Acordei por volta das 08:00h ainda meio dolorido do dia anterior. Tomei café da manhã no Hotel Presidente (em homenagem a minha pessoa, rsrsrsrs) e fui dar uma voltinha a pé. Vi que na esquina tinha uma concessionária da Yamaha, e como precisava trocar o óleo da Virago deixei ela ali enquanto arrumava as malas e fechava a conta do hotel.

Espelhos são ótimos companheiros quando se viaja sozinho. Esta foto ai tirei no quarto do hotel, antes de deixá-lo para mais um dia de estrada. hehehehehe
Peguei a moto e por volta das 09:30h e segui em direção a Caxias do Sul. A viagem a princípio foi tranquila, com algumas paradas para fotos e abastecimento.




Após alguns kilômetros percorridos, tomei o primeiro susto da viagem. Em uma das retas intermináveis, uma S-10 e uma Blazer passaram por mim tirando racha. Eu estava a pelo menos 140 Km/h, e as duas passaram muito rápidas pela Moto. O primeiro carro calculou mal e voltou para a faixa antes de terminar a pickup, me jogando para o acostamento. Por pouco ele não me derruba da moto, já que meu pé e o manete da embreagem chegaram a tocar de raspão no parachoque da pickup.

Foi o suficiente para quase estragar o dia. Parei a moto no acostamento, e xinguei muito, muito mesmo aqueles dois imbecis. Lembrei de alguns momentos parecidos de estresse que eu presenciei, em que eu dizia a outra pessoa para ter calma, dar risada da situação, mas como não tinha ninguém para me aconselhar, acabei eu mesmo fazendo o duplo papel.

Resolvi seguir em frente e parar na primeira oportunidade que eu tivesse para fumar um cigarrinho e relaxar.

Bom, 5 Km a frente surgiu uma lanchonete beira de estrada, com uma vista maravilhosa de um lado. Ali foi o point zen para minha meditação relaxante (hehehe).




O pessoal da concessionária havia me dado a dica de trocar de estrada após passar por Vacaria, pegando a RS-122 que vai para Antônio Prado, pois ali teria menos dor de cabeça com os caminhões, e poderia ver os paredões de pedra e as pastagens gaúchas. Dica acatada depois do episódio com as pickups. Logo após Vacaria sai da BR-116 pegando esta estrada, uma vez que o tráfego seria menor.

Segui pela BR tranquilamente, passando pela divisa do Estado, e assim que cheguei em Vacaria troquei de estrada.





Realmente a estrada RS-122 é maravilhosa. O asfalto é bom, e por muitos momentos minha única companhia era a sombra da motoca. A estrada é praticamente deserta, pouquissimos caminhões e carros passam por ali, porém as curvas são de alta velocidade, as retas intermináveis, e ao olhar para os lados, se vê pastagens e criações de gado até o horizonte, dos dois lados da pista. Fiquei meio triste em não poder ver a BR-116 quando passa pela Serra, porém teria essa oportunidade mais tarde, na volta de Caxias do Sul para Blumenau.






Após passar por inúmeras fazendas de gado, um pouco antes da entrada para a Cidadezinha de Antônio Prado, surge a minha frente uma Churrascaria Gaúcha, bem na hora em que meu estômago começava a reclamar.

Parei ali e comi muito, com tempo inclusive para mandar torpedinhos para o Abrahão zoando com a cara dele (tchê !!!). A churrascaria, apesar de simples, era frequentada tanto pelos funcionários das fazendas, quanto pelos fazendeiros, haja visto as inúmeras pickups importadas e jipões que estavam na porta.


Lombrigas alimentadas e segui para Caxias, tranquilamente pelas curvinhas e retões que ainda faltavam. Cheguei em Caxias por volta das 16:00hs, e logo fui seguindo as placas "Centro" em busca de um hotel.


Como não achei nenhum no caminho, parei em um posto e me informei com o frentista, que me indicou o hotel MABU. Fui até ele, mas já na porta vi que não era o que eu estava procurando. A fachada era linda e só tinha carro importado na porta, mas como quem está na chuva tem que se molhar, entrei de calça de lona suja até o talo, jaqueta, colete, capacete (um verdadeiro trapo) no hotel 5 estrelas da cidade. A recepção estava cheia, e logo veio aquele silêncio caractarístico de quem viu um pato fora da lagoa.


A diária estava um pouco acima do que eu gostaria de gastar (120,00), então segui a recomendação da recepcionista e fui em busca de outros 2 hotéis recomendados por ela, um pouco mais em conta.

Um deles não tinha vaga para todos os dias que eu pretendia ficar, e acabei optando em me hospedar no Hotel Cosmos, próximo ao Centro, a posto de gasolina, farmácia, mercado, barzinhos, ou seja, próximo de tudo o que eu poderia precisar.


O Hotel é bom, frequentado por executivos que estão a trabalho na cidade. Fui a sensação do hotel, já que todos ali estavam sempre engravatados, e eu de jaqueta e calça de lona. Fechado o hotel, descarreguei a moto e subi para o quarto para tomar um banho.

Banho tomado, como ainda estava claro sai por Caxias de moto e acabei parando no Parque Festa da Uva, onde pude conhecer uma réplica da cidade de Caxias do Sul de 1855, ano de sua fundação.







Ali encontra-se a Secretaria do Turismo, onde pude pegar mapas da cidade, pontos turísticos da região, e me informar sobre onde poderia ir um pouco mais tarde, para jantar e curtir uma musiquinha.



No parque também conheci o monumento para o Cristo do 3° Milênio, um busto enorme de Cristo olhando para Caxias do Alto. Além da estátua, é possível ter uma visão panorâmica da cidade.

Retornei ao hotel, descansei um pouco, e mais tarde fui ao Havana Café em Caxias do Sul, uma mistura de Restaurante, Bar, Charutaria e Pub, com decoração tipicamente cubana. Ali pude degustar meu velho amigo "João Andador" (Johnnie Walker) e comer um sanduiche num pão especial, que mais parece uma massa de pizza quadrada. Muito bom, recomendo.

Voltei ao Hotel alimentado e cansado. Neste dia, apesar da pouca Km (250 Km), as várias paradas e o cansaço acumulado do dia anterior me deixaram pregado.

Um comentário:

Eduardo disse...

O nome desse sanduiche é torrada. Quando fui para Caxias, a cliente me convidou para comer a tal torrada. Eu esperava uma torrada mesmo com alguma coisa e acabei comendo o melhor sanduiche da minha vida!