sexta-feira, 22 de junho de 2007

3° Dia: Rota dos Vinhedos

O objetivo neste dia era partir cedo de Caxias do Sul, passando pelas cidades conhecidas pela produção de vinhos e espumantes, ou seja, Farroupilha (cidade histórica), Bento Gonçalves (região dos vinhos), Garibaldi (região dos espumantes) e Carlos Barbosa (fábrica da Tramontina).



O trajeto era curto (+/- 150 Km), porém as diversas paradas para fotos e provas de vinhos me tomaram o dia inteiro.

A primeira parada foi na cidade de Farroupilha. A cidadezinha é histórica e bonita, porém sem muitos atrativos turísticos para serem visitados. Fui até o Centro da cidade, onde vi a igreja principal, e de lá segui para as próximas cidades a serem visitadas. O dia era curto e eu não podia perder muito tempo com pequenas coisas.

Segui para a segunda cidade, Bento Gonçalves, conhecida mundialmente como a região que produz os melhores vinhos do Brasil. Já na entrada da cidade pude perceber que trata-se de uma região vinícola. O Portal da cidade é uma "pipa" de vinho enorme.

Em Bento parei para conhecer a Vinícola Aurora, e fiquei sabendo que trata-se não de uma vinícola qualquer, mas sim da MAIOR Cooperativa Vinícola do Brasil, composta por 1.055 famílias de agricultores da região, a maioria imigrantes de italianos, que plantam as uvas e fornecem à cooperativa para a fabricação dos vinhos. O mais conhecido é o Sangue de Boi, mas eles também fabricam o Marcus James, Keep Cooler, diversos outros vinhos e Espumantes. o Espumante Aurora Moscatel foi considerado o melhor espumante do mundo em diversos concursos em que concorreu, vencendo inclusive dos famosos Champagnes Franceses e Espumantes Italianos e Portugueses.

Após conhecer a vinícola e todo o processo de fabricação de um vinho, acompanhando inclusive o plantio da uva através de um vídeo feito junto aos associados, pude me deliciar provando as maravilhas que a vinicola produz. Diversas doses depois, fui conhecer o resto da cidade, visitando a igreja principal, que também possui forma de "pipa" de vinho.

Na frente da igreja, umas casas lindas, que não me contive e também tirei foto. O impressionante é o padrão das casas (alto padrão), com carros relativamente simples na garagem. A Casa em questão tinha um gol bolinha 1.0.



Saí de Bento e segui pela estrada até o Vale dos Vinhedos, que fica a uns 5 Km sentido Garibaldina. Esta região é como o próprio nome diz, um vale no meio da Serra onde concentram-se a maioria das vinícolas e das plantações de Uva da região.

O lugar é lindo, a estrada que corta as plantações, sítios e vinícolas tem um asfalto impecável, e a paisagem nos faz pensar que estamos em outro país. Tive a oportunidade ainda de pegar no meio do vale o "Roteiro Rural", uma estrada de terra que liga o Vale até a cidade de Garibaldi, passando no meio dos sítios e plantações. Quando peguei essa estradinha estava na hora do ônibus escolar, então na porta de cada sítio via-se crianças na faixa dos 5 anos, todas uniformizadas, loirinhas e de olhos claros, esperando o Ônibus. Uma experiência diferente.



Depois de curtir o Vale dos Vinhedos e de almoçar (churrasco para variar), voltei para a estrada e segui até Garibaldi, conhecida também como a cidade dos Espumantes. Ali encontra-se a fábrica do Peterlongo, o primeiro espumante do Brasil, além da Chandon, entre outras.

Em Garibaldi segui primeiramente para a Igreja da cidade, depois parei no Museu, onde pude ver algumas curiosidades da época de fundação da cidade. Além das armas utilizadas pelos soldados na Revolução Farroupilha, o museu conserva um dormitório e Sala tipicamente Italianos, da época da Imigração para aquela região.

Conserva também um consultório de Dentista da época, o que me gerou calafrios, pois os instrumentos e a cadeira pareciam sala de tortura. Como curiosidade, uma placa que era colocada na porta das Igrejas da região na época, alertando as mulheres sobre os trajes para ir a uma missa. Na parte de fora, um moinho antigo e um carro de boi, utilizado para levar as uvas até a vinícola.



Após minha experiência histórica em Garibaldi, segui para a cidade de Carlos Barbosa, onde encontra-se a fábrica dos talheres Tramontina. A entrada da fábrica é um queijo enorme, com uma faca tramontina fincada no meio.

A cidade é muito bonita e acolhedora, porém sem maiores atrativos. Tomei um café na praça central da cidade, observei o movimento (era sexta feira final do expediente e as ruas principais estavam vazias), e segui rumo a Caxias do Sul novamente.


Retornei para o hotel por volta das 19:00hs, tomei um banho e seguindo a recomendação da recepcionista do hotel, fui conhecer o restaurante PAIOL, um restaurante nativo de Caxias.

Não sabia o que era "nativo" até conhecer o lugar. O local é bem rústico, cheio de coisas penduradas pelo teto e pelas paredes. Lembra muito o Empório São Joaquim em Campinas (o de J. Egydio), porém a música predominante é a Gaúcha.

Os frequentadores, a maioria de bombacha e chimarrão, ficavam ali ouvindo um conjunto (muito bom, por sinal) tocando musicas gaúchas e tropeiras. Uma curiosidade da banda é que o sanfoneiro é cego, porém toca muito. Comi uma porção de carne de charque, tomei 2 Bohemias e segui novamente para o Hotel, pois no dia seguinte teria mais trecho para rodar.


2 comentários:

Eduardo disse...

Sacanagem! Lendo o seu relato fico pensando porque não liguei o Foda-se e não embarquei nessa aventura com você? Lendo o texto e vendo as fotos instantaneamente desperta uma emoção e lembranças que só um motociclista pode entender como é! Parabéns pela viagem e pelo relato.

Anônimo disse...

meu nome é Andrey Grazziotin e sou de Antônio Prado mas moro em Bento Gonçalves, e lhe digo que derdeu de conhecer um patrimônio histórico e artistico nacional não entrando em Antônio Prado, com certeza vc iria enrriquecer ainda mais seu documentário. Tenho uma CG150 e me emocionei com seus relatos. Boa sorte en suas andanças e se voltares não esqueça de mim e de Antônio Prado. abraço e continue ferte!