A estrada Rio-Santos no RJ não possui iluminação nenhuma. E para complicar um pouco mais a situação, pegamos a estrada a noite, embaixo de uma p... chuva e frio. Como a Viraguinho tinha farós de milha, tomei logo a dianteira do grupo e fizemos a viagem tensos, porém em uma velocidade segura para todos.
Chegamos em Paraty exaustos pelo estresse da viagem. Arrumamos logo uma pousada, e aproveitando uma trégua da chuva, fomos ao Centro Histórico jantar e tomar umas biritas. Na volta para a pousada, relembrando o ano anterior, resolvemos tomar a saideira do Tchê Bar, onde curtimos uma cantora de MPB.
Dia seguinte, acordamos cedo, tomamos café, fechamos a conta na pousada e carregamos as motos para seguir viagem.
Resolvemos ir até Caraguá, onde dormiríamos, parando em diversas praias e sem pressa para chegar. Nossa primeira parada foi em Trindade, que na minha opinião é uma das praias mais bonitas que já vi.
As motos estavam bem carregadas, e como o tempo não estava muito estável, viramos atração turistica por todos os lugares que passamos (Três caras de Jaqueta de Couro, Calça e Bota em pleno litoral é no mínimo estranho).
A praia de Trindade é linda, porém os acessos a ela são por corredores estreitos que passam entre as casas. O engraçado é que qualquer espaço vago nesses corredores vira local para camping. O lugar é bem como sua fama, um monte de hippies, estilo aqueles filmes antigos que retratam Woodstock.
Saímos de Paraty e seguimos para Ubatuba. Esta parte da viagem se tornou inesquecível para o bolso do Abrahão, que passou a ter uma raiva especial da Suzuki após este episódio.
Voltando à viagem, em Ubatuba ocorreu algo muito legal, que todo o grupo gostou. Foi uma motivação a mais para o Motoclube. Logo que entramos na cidade, nos deparamos com um comando policial imenso. Só estavam parando motos. Já haviam muitas motos paradas, e junto conosco no trânsito muitas outras seguiam para o mesmo local.
Quando nos deparamos com os guardas, o policial apontou para nós três, devidamente acoletados, cumprimentou e mandou seguir viagem. TODAS as outras motos foram paradas e documentos checados, menos nós.
Paramos para almoçar em frente a praia do Centro de Ubatuba.
Voltando ao episódio do Abrahão, antes de almoçarmos, passamos em uma concessionária suzuki para lubricar as correntes que estavam sujas com areia devido as chuvas e a irmos à Trindade. Ao pararmos na concessionária, nosso amigo Abrahão se desequilibrou descendo da moto e esbarrou em uma scooter, que estava estacionada ao seu lado. Esta scooter bateu em uma segunda moto, que bateu em uma Burgman que tinha acabado de trocar a carenagem e estava na porta esperando o dono.
Instintivamente corri para segurar as motos, mas quando vi o dominó chegando, em milésimos de segundo vi que nada poderia ser feito, então a moto caiu na minha frente, arranhando toda a carenagem novamente. Resumo, o cara da concessionária nos mostrou a NF da moto, e nos cobrou apenas as peças danificadas. Prejuizo de quase R$ 500,00.
Antes mesmo de sairmos da loja, todos os funcionários recolheram as motos e fecharam 2 horas mais cedo, para que o dono da moto, que de acordo com eles era extremamente chato, nao tivesse chance de aparecer ali para buscar a moto.
Após Ubatuba seguimos para Caraguá, onde jantamos e dormimos. Na manhã seguinte saimos da pousada as 06:00h embaixo de uma puta chuva. Subimos a Tamoios e seguimos pela Carvalho Pinto até o Frango Assado. Ali nos despedimos e segui para São Paulo, enquanto o Eduardo e Abrahão seguiram pela D. Pedro para Campinas. Tinha jogo do Brasil e queriamos chegar em casa a tempo de ver o jogo.
A única coisa ruim dessa viagem é que nosso amigo Ricardo não pode nos acompanhar. Abaixo o cabideiro da nossa última pousada, com um espaço vago para o colete do Ricardim.